Águas Rasas

Águas Rasas é uma mistura de 127 Horas com Tubarão. Brincadeira! O longa de sobrevivência tem sua jornada própria, mas existem sim vários momentos em que a conexão com os longas citados é inevitável.

Nancy (Blake Lively) está em uma jornada para se encontrar, que a leva sozinha para uma praia secreta no México. Ao fim de um dia de surf a moça sofre um ataque de tubarão e, ferida, fica encurralada em uma rocha distante da praia, à mercê da maré.

Sem ter como pedir ajuda, a moça enfrenta fome, frio, sede, uma ferida não tratada e a ameaça constante do predador mais temido dos mares cinematográficos. É neste ponto que você vai se lembrar de 127 Horas. A semelhança deixa de existir diante dos rivais de Nancy, o tempo que eventualmente vai trazer a maré alta de volta e desaparecer com seu refúgio e o próprio tubarão. Por causa disso a moça terá de ser criativa para conseguir sobreviver.

Com um elenco extremamente reduzido, a ameaça é reforçada pela morte sangrenta de personagens menores. Aumentando a tensão, e a preocupação pela impotente Nancy. E por falar na mocinha, esta ganha uma história pregressa e dilemas que parecerão pequenos diante da jornada de sobrevivência de forma bastante inventiva.

História, amigos e família de Nancy aparecem na tela na forma de mensagens de texto, vídeo e outros aplicativos de dispositivos móveis. tão comuns ao nosso dia-a-dia. Mesmo à escolha do cenário, a tal praia misteriosa vem de fotos antigas de sua mãe armazenadas no celular. E por falar no cenário, além de paradisíaco a forma como é filmado em muitos momentos reforçam insignificância da protagonista diante da natureza. Diminuindo suas chances de sobrevivência aos olhos do expectador.

Alguns podem achar o início arrastado, devido a preocupação em criar uma história pregressa para Nancy, situar a magnitude do cenário, e ainda mostrar alguns momentos de surf. Mas, considerando que o filme tem apenas cerca de 90 minutos de duração, não há como este ser lento como um todo. Ele apenas reserva um momento mais longo de tranquilidade antes de adotar a tensão constante até seus últimos minutos.

Algumas soluções podem soar forçadas, e expectadores mais exigentes se perguntarão - isso é mesmo possível? - No geral a duração curta evita que os momentos de descrença se transformem em absurdos (não é Sharkinado). Enquanto Lively segura bem a trama, e nos faz acreditar na sua sede de sobrevivência. E sorte, já que coincidentemente "a vida" lhe deu ferramentas para sobreviver à problemas bastante específicos.

Águas Rasas, não é excepcional. Mas, é um bom entretenimento. Como bônus ensina porque não se deve surfar sozinha, em uma praia deserta, sem contar a ninguém onde está. Eu com certeza não faria isso, especialmente após assistir este filme. E você?

Águas Rasas (The Shallows)
EUA - 2016 - 92min
Suspense/Terror

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