Guerra Civíl (o livro)

"Um livro não é uma história em quadrinhos..." começam assim os agradecimentos de Stuart Moore para os colaboradores da sua versão em prosa da Guerra Civíl do universo Marvel. Afirmação verdadeira, mas também é verdade que uma boa história pode funcionar bem em qualquer veículo. Este é o caso desta adaptação dos quadrinhos de Mark Millar e Steve McNiven.

O mundo está se enchendo de gente que não pode ser superada ou controlada. Mas, por melhores que sejam as intenções erros acontecem, e quanto maiores os poderes... você sabe! É após um acidente cheio de vítimas envolvendo um grupo de jovem heróis à caça de bandidos que as coisas começam a ficar complicadas. A população e o governo resolvem que é necessário controlar essas pessoas, afinal são "armas vivas". 

Tony Stark toma à frente da iniciativa da Lei de Registro de Super-humanos. O Homem de Ferro vê a iniciativa, que pretende regulamentar o trabalho "superheróico", como um mal necessário. Inclusos nas "novas diretrizes" estão o registro de poderes, e a revelação das identidades secretas, organização em estados, centros de treinamento, e até plano de aposentadoria. Contudo, aderir ao registro não é uma escolha, então também existe uma prisão mega elaborada para aqueles que se opõem.

É claro, não demoram a aparecer opositores, e um deles é o outro membro essencial dos Vingadores. O Capitão América, considera a iniciativa uma agressão à liberdade cívica e aponta as não tão boas implicações de aderir ao sistema. Como a exposição de família e amigos, devido ao fim das identidades secretas, e a obediência ao governo, que nem sempre tem as melhores intenções. Logo, ele vira o líder da resistência

Pontos de vistas opostos, ambos com bons argumentos e boas intenções, mas nenhum 100% perfeito (até porque isso não existe, certo). No meio de tudo isso uma população assustada, um governo apreensivo, uma instituição de defesa, a S.H.I.EL.D. com escolhas extremadas, e muitos (mas muitos mesmo) super-heróis divididos. Além dos vingadores, o Quarteto Fantástico, o Homem-Aranha, os X-Men, Demolidor, Dr. Estranho e todo e qualquer personagem com habilidades especiais que já passaram pela Marvel. Alguns com bastante destaque, outros em menções e curtas aparições, velhos conhecidos do grande público, e personagens que só os fãs de verdade já conheciam. Uma variedade  impressionante de incríveis poderes, personalidades e figurinos. 

Sim, figurinos! Apesar de não ter o apoio das ilustrações Moore é eficiente em descrever a profusão de cores e estilos dos uniformes (ou da ausência deles). Entretanto, não nego, adoraria ver algumas ilustrações especiais com momentos chave da trama, em uma edição de luxo. Esta edição tem apenas uma grande cena ilustrada no interior da capa.

Seguindo o prioritariamente ponto de vista de quatro personagens, Capitão, Homem de Ferro, Homem-Aranha e Mulher Invisível, Moore transita tranquilo entre os diferentes temas, pontos de vista e cenários desta super-guerra, com uma prosa bem escrita, em um formato simples, objetivo e até leve, considerando as consequências graves da trama. Tornando a leitura confortável tanto para os adeptos de livros, quanto para quem prefere a linguagem dos quadrinhos. 

Como toda adaptação, esta tem várias diferenças em relação ao material original (a versão que chega aos cinemas amanhã, deve ter mais ainda), mas a ideia central, bem como seus temas são os mesmos, assim como o tom. 

Guerra Civíl, é uma ventura épica, cheia de discussões relevantes e muito divertida, que neste novo formato pode atrair novos leitores pra o universo Marvel. Não importa qual lado escolha (embora, seja provável que fique chateado se escolher o perdedor), esta disputa vai oferecer boas horas de diversão!

Guerra Civíl (Civil War Prose Novel)
Stuart Moore

Novo Século Editora

Leia mais sobre o universo Marvel ou sobre os Vingadores.

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