Deadpool

Está procurando uma pessoa que pode honestamente dormir sem culpa todas as noites? Seu nome é Ryan Reynolds! Não que ele seja o único culpado por arruinar duas adaptações de super-heróis distintas. Da mesma forma que divide os méritos por Deadpool, afinal cinema é uma arte coletiva. Ainda sim, seu rosto era o símbolo destes erros do passado, que finalmente serão enterrados.

Ironicamente, a redenção vem por trás da máscara de um anti-herói que não tenta (nem pode), abusar do rosto de seu interprete famoso. O ex-militar e mercenário Wade Wilson (Ryan Reynolds) descobre ter câncer em estado terminal. Sem alternativas, aceita ser cobaia de um experimento cientifico que pode lhe trazer à cura, entre outras coisas.

Infelizmente uma dessas "outras coisas", são efeitos colaterais desastrosos. É a partir daí que nasce Deadpool, um anti-herói que neste filme busca vingança pela experiência malfeita.

Sim, outra história de origem. Mas não se engane, está longe de ser mais do mesmo. Á começar pelo tom de comédia abusada, desbocada, sem limites ou pudores adotada desde a promoção do filme. A falta de censura se estende às violentas cenas de ação. A censura brasileira ficou em 16 anos (particularmente acho pouco, mas nesse país o que um adolescente ainda não viu?)

A produção não impõe barreiras ou limites para contar a história que pretende. O que inclui a quebra recorrente da quarta parede. Deadpool, quer nos contar sua história. E ele vai, pessoalmente, do seu jeito peculiar, que inclui flashbacks, piadas palavrões, metalinguagem.Toda piada em potencial pode e será usada pelo filme. E caso alguma delas seja ruim, tudo bem, admitir isso também é uma piada.

Por mais caótico que possa soar, uma vez estabelecido o tom, a narrativa flui muito bem para contar esta (pasmem!) história de amor e vingança. Já que pouco antes de descobrir seu estado terminal Wade encontrou sua cara metade na figura de Vanessa (Morena Baccarin, com prática no assunto quadrinhos, já que também está em Gotham). A química de romante perturbado de Reynolds e Baccarin é perfeita.

Toda a busca pelos responsáveis pela nova condição do protagonista também não decepciona. Já que além de tradicionais sequencias de ação e perseguição, traz combatentes super-poderosos. Ajax (Ed Skrein, o Dario rejeitado original de Game of Thrones) e sua assistente Pó de Anjo (a lutadora de MMA Gina Carano). Além dos X-Men Clossus (Stefan Kapičić, interprete nos filmes anteriores Daniel Cudmore recusou a oferta de retorno para este) e Negasonic Teenage Warhead (Brianna Hildebrand).


Apagando completamente sua encarnação anterior do personagem em X-Men Origens: Wolverine, Reynolds se entrega à personalidade abusada, bem humorada e careteira de Deadpool. Deve agradar os fãs, e apresentar apropriadamente o anti-herói aos não iniciados. Além de proporcionar duas horas de ação hilária. Como de costume, não saia antes do fim dos créditos e, procure por Stan Lee. Também não perca os créditos iniciais, um dos melhores dos últimos anos.

Deadpool
2016 - EUA - 106min
Ação/Comédia

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