Mad Max: Estrada da Fúria

Mel Gibson, carros estranhos, poeira, o cabelo da Tina Turner e "We Don't Need Another Hero", é tudo que eu me lembrava das sessões da tarde assistindo à franquia Mad Max. E para o bem (ou não) desta nova produção, fui assistir à Estrada da Fúria, antes de refrescar minha memória*.

Aparentemente o subtítulo não é apenas uma frase de impacto para a ação e perigo do longa, propositalmente ou não é uma referência direta à Furiosa. A personagem de Charlize Theron rouba para si o filme, entre outras coisas, e ainda consegue tornar de Max, a sua missão.

Max (Tom Hardy) é capturado, e transformado em bolsa de sangue, pela comunidade comandada por Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne, que interpretou o vilão Toecutter no Mad Max original). Detentor de toda a água da região, explora sua miserável população, fazendo uso de seu sangue, leite, úteros e claro guerreiros. Quando sua guerreira de confiança, Furiosa, rouba um de seus pertences, dá início á uma insana caçada pelo deserto, na qual Max é envolvido contra sua vontade.

Insana, e visualmente deslumbrante. É na fotografia e no visual absurdo da década de 1980, que o filme faz mais referências aos longas iniciais do herói. O visual "gambiarra absurda pós-apocalipse", veículos impressionantes, e até o luxo de levar no comboio um carro que serve apenas como caixa de som, se encaixam perfeitamente na trama do longa. Além de cumprir sua tarefa de unificá-lo à franquia, mesmo este sendo uma coisa nova.

Tudo isso com uma produção impecável que acertou em escolher o uso de efeitos práticos na maioria de suas cenas. Apresentando cenas brutais, mas ao mesmo tempo realistas, que ao longo da produção, que traz ação quase ininterrupta ficam cada vez maiores. (a única coisa que gera uma dúvida é: como eles conseguem explodir tantas coisas, com escassez de  combustível? Bom... quem se importa? Afinal o resultado é impressionante!) Este esmero na produção se estende ao 3D, que vale o ingresso.

Sim, é o mesmo mundo pós-apocalíptico onde água e combustível escassos são motivos para grandes embates e jornadas. Mas não é exatamente, uma sequencia, muito menos um remake. É um novo porém ainda louco, Max em um mesmo universo. Semelhante ao que acontece com James Bond.

Curiosamente essa nova encarnação de Max Rockatansky, não domina completamente o filme. Assim como o expectador ele é jogado naquela jornada, e se faz presente quando necessário. Talvez numa intenção de amenizar a transição, e consequentemente abrindo espaço para novos e interessantes personagens como o guerreiro vivido por um irreconhecível Nicholas Hoult (ótimo!). E claro para a Furiosa de Theron.

É a personagem dela que move a história. É sua busca que se torna o objetivo comum de pessoas distintas. Uma jornada que este novo Max, acompanha e se faz conhecido no processo. Estrada da Fúria é um ótimo novo ponto de partida para a franquia. É independente, mas faz parte do mesmo universo, deve agradar fãs e não iniciados.

Talvez a Tina estivesse enganada, afinal, Mad Max precisava sim de um novo herói para voltar com força total. Resta decidir se este é o personagem título ou a determinada Furiosa.

Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road)
Austrália/EUA - 2015 - 120 min
Ação

*No blog parceiro estamos (re)vendo o primeiro Mad Max, confere-lá!

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