Annabelle

Ano passado Invocação do Mal surpreendeu ao aterrorizar as pessoas sem fazer uso dos clichês do desgastado gênero de terror. Além de ser um filme elogiado, ainda arrecadou 318 milhões de dólares, com um modesto orçamento de 20 mil. Logo, não é surpresa que novas obras relacionadas ao longa chegassem logo às telas. Só precisou de um ano para levar às telas Annabelle, a aterrorizante boneca usada como pano de fundo para apresentar os "demonólogos" Ed e Lorraine no longa anterior.

Mia (Annabelle Wallis), tem a coleção de bonecas mais feias do mundo. Ela e o marido John (Ward Horton) esperam o primeiro filho. Annabelle, é o presente perfeito para agradar a esposa em "estado interessante". A boneca, que completa a coleção, chega pouco antes de o casal ser atacado por membros de uma seita satânica que acaba envolvendo o brinquedo em suas atividades.

A partir daí, começamos a seguir a tradicional e nada surpreendente fórmula dos filmes de terror. Desde pequenos estranhos eventos, passando pela mulher indefesa, o marido que precisa se ausentar demais, até a criança em perigo. Tudo isso acompanhado da música que pontua a tensão, e subitamente sobe nos "sustos". (Bú!) Funciona, é claro, não é atoa que a fórmula é repetida a exaustão há anos.

Annabelle é previsível, e não repete o feito de seu antecessor, de surpreender e criar tensão. O elenco menos renomado também, não ajuda. Eles interpretam seus arquétipos direitinho, e só isso. De fato é impossível não imaginar, que a intérprete da protagonista Annabelle Wallis, ganhou o papel por causa de seu nome.

O que não significa que o filme não tenha seus bons momentos. Seja com a fotografia bem construida, algumas sequencias que realmente assombram (e vão permanecer incógnitas nesta resenha para não estragar a surpresa), ou nas inúmeras referências á clássicos do gênero. É difícil não pensar em O Bebê de Rosemary, ao juntar o icônico carrinho de bebê e o nome da protagonista, Mia (Mia Farrow, a interprete de Rosemary). Ou não lembrar do próprio Invocação do Mal ao ouvir a cantiga do móbile do bebê do casal.

A ambientação nos anos 60, acerta em utilizar notícias reais da seita de Charles Manson, para tornar a trama sobrenatural mais "realista".  Não cair na tentação transformar Annabelle em ser um "com vida", como Chuck, também soma pontos. Ela é assustadora sem se mexer, apenas com sua aparência nada convidativa, os gigantes olhos vidrados, e a sugestão do que ela seria capaz.

Principalmente se permanecer com a proposta de uma incursão única, afinal já sabemos que a boneca termina presa em uma cristaleira, o que afasta possíveis sequencias,  Annabelle é um filme eficiente no que se propõe, entreter. É bom para passar o tempo, pode assustar os despreparados. Mas alguns vão sentir falta da originalidade de Ed e Lorraine (Patrick Wilson e Vera Farmiga).

Annabelle
EUA - 2014 - 98 min.
Horror

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