Segunda opinião: Juntos e Misturados

Uma segunda opção, serve para medicina, moda, culinária, porque não para o cinema. É por isso que colega blogueira convidada Geisy Almeida do  DVD, Sofá e Pipoca retorna para dar sua opinião sobre  Juntos e Misturados. Leia aqui a minha resenha do longa de Adam Sandler e Drew Barrymore.

Juntos e Misturados

Por Geisy Almeida

“Juntos e misturados” era exatamente o que eu esperava que fosse: algumas boas piadas em um filme que não empolga ao tentar recriar a parceria de sucesso de outro filme, “Como se fosse a primeira a vez”. Dito isso, vamos aos fatos.

O filme começa com um encontro amoroso que não dá muito certo. Lauren (Drew Barrimore) e Jim (Adam Sandler) estão tentando se adaptar a uma nova vida de solteiros, o que não está sendo nada fácil. Ela é uma organizadora de armários que tenta manter tudo organizado também em casa, mas com dois filhos problemáticos (um pré-adolescente com hormônios à flor da pele e um hiperativo com dificuldade de lidar com frustrações), ele é gerente de uma loja de produtos esportivos, viúvo, pais de três filhas e que não sabe lidar muito bem com elas apesar de terem uma relação bastante amistosa.

Ambos acabam desistindo do encontro horrível, mas o destino acaba arrumando outras oportunidades para se verem. Na farmácia, onde ele foi comprar absorvente para a filha mais velha e ela foi comprar uma revista masculina para repor a que tinha rasgado do filho, eles acabam tendo os cartões de crédito trocados. Quando vão destrocar, descobrem que a amiga e parceira de trabalho de Lauren acabou de desmarcar uma viagem de uma semana para a África com o novo namorado por causa dos cinco filhos que ele tinha. Pensando em dar umas férias bacanas para as crianças, Lauren pede para ficar com a parte da amiga na viagem.

Acontece que o namorado cheio de filhos em questão calhava de ser o chefe de Jim, e ele também teve a mesma ideia: aproveitar a viagem com suas meninas, que ainda sentiam a falta da mãe. Que coincidência que a viagem fosse para dois adultos e cinco crianças, não? Pois bem. Lá chegando, não resta a eles outra alternativa a não ser se aturarem e tentar aproveitar as férias. Aí vem uma chuva de clichês: a alegria típica dos africanos elevada ao nível do ridículo, o casal de mulher novinha e burra, porém gostosa, e o marido mais velho e babão - que estavam escalados para dividir as experiências do hotel com a turma principal, safári, transformações de patinho feio, um conquistando os filhos do outro...


O final é previsível, todos terminam felizes, juntos e misturados. Mas confesso que me incomodou um certo sexismo no filme. É como se homens fossem incapazes de educar filhas garotas sem transformá-las em garotos e mulheres fossem incapazes de controlar e lidar com as necessidades masculinas (aqui tidas como ótimo desempenho esportivo e começo da atividade sexual). Acho bobeira bater nessa tecla, mesmo que seja para tentar fazer graça. De todo, o filme não é ruim. É bem “okay”, e só. Na verdade, Sandler até surpreende com um personagem com um quê dramático mais forte que os outros personagens que costuma interpretar - e dá conta do recado quando o clima fica mais delicado. Até que não teve nada muito escatológico (fiquei com medo, principalmente depois da primeira sequência do filme). As boas piadas vem como um bônus, uma recompensa pela nossa paciência em esperar algo diferente. 

Destaco o nome de uma das filhas de Jim batizada em homenagem a um canal de tv esportivo, a referência a outros filmes - de Exorcista a Crepúsculo, as dancinhas de Terry Crewe e os pensamentos traduzidos em música (quem nunca?). As crianças menores roubam a cena, tanto o acelerado Tyler quanto a fofíssima (e ocasionalmente sinistra) caçulinha do elenco vivida por Alyvia Alyn Lind.

Juntos e Misturados (Blended)
EUA - 2014 - 117min.
Comédia romântica

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