A Viagem

"Cloud Atlas – Além das Nuvens", livro de David Mitchell, lançado em 2004 foi, desde seu lançamento considerado inadaptável para o cinema. O motivo, conta simultaneamente seis histórias em diferentes locais e épocas. Segue agora uma tentativa de sinopse nada detalhada, embora ainda mais longa do que deveria ser.

Um advogado (Jim Sturgess) conhece a realidade da escravidão, em 1849. Um compositor homossexual (Ben Whishaw) consegue umtrabalho como copista de um renomado compositor (Jim Broadbent), em 1946.Já em 1973, uma jornalista (Halle Berry) pode mudar a história com uma investigação obre usinas nucleares em São Francisco. Em 2012, um editor de best-sellers (Jim Broadbent)é ameaçado pelos credores de seu autor bandido. Uma garçonete fabricada (Doona Bae) descobre sua própria existência na Nova Seul em 2144. Cem anos mais tarde, um simples pastor (Tom Hanks)precisa arrumar coragem para ajudar seu povo um membro de uma sociedade avançada (Halle Berry), em um mundo pós apocalíptico.

Cada núcleo segue sua trama, com histórias independentes, pode-se dizer até que são seis filmes em um. Não há um grande mistério, vilão, objeto, narrador ou personagem em comum, ainda assim tudo está conectado. Fazendo jus a alardeada frase em letras garrafais nos posteres e trailers. As ligações sutis, estão em em idéias, atitudes, e vez ou outra detalhes físicos. Gerando uma relação entre as histórias, difícil de explicar. É preciso ver e entender (ou não) por conta própria.

O vai-e-vem entre as histórias, soa meio confuso a primeira vista. Mas, a mudança entre as histórias é fluida e apos o choque inicial, torna-se natural à interpretação às mudanças. Embora, tenha havido desistências na sala em que estava assistindo. Desavisados pegos de surpresa provavelmente.

Ainda assim, eles poderiam ter escolhido ficar apenas para descobrir quem é quem, em cada uma das histórias. Tom Hanks, Susan Sarandon, Jim Broadbent, Hugo Weaving, Hugh Grant, Halle Berry, Jim Sturgess, Ben Whishaw, Keith David, David Gyasi, Zhou Xun e Doona Bae, aparecem em todas as histórias. Com personagens de maior ou menor importância e sempre com uma nova aparência. A produção muda, idade, sexo, etnia tornando rostos familiares como o de Tom Hanks, em completo desconhecidos.

Já que está colocando a mente para funcionar, tentando descobrir quem é quem, e a ligação entre as histórias. Porque não, aproveitar e pensar sobre "as sociedades em que vivemos", sempre com alguém se sentindo dono de outros. Os proprietários e condições parecem mudar, mas (ao menos para a blogueira que vos escreve) o erro parece sempre o mesmo.

Ou ainda, pensar nos "rastros" imperceptíveis que deixamos, ou que encontramos durante nossa existência. Podem mudar vidas, que nunca vão saber de onde vieram, ou quem mais vai encontra-los. Existe ainda a teoria de reencarnação. Vidas passadas, e futuras, moldando uma mesma alma? Fica a escolha do expectador.

Apenas pelos questionamentos, filosóficos ou não, que levanta vale um segundo ingresso. Quem sabe da segunda vez tudo faz mais sentido. Tomara que não, pois a discussão e as inúmeras possibilidades são muito mais interessantes.

A Viagem (Cloud Atlas)
EUA/Alemanha - 2012 - 163 min.
Drama / Fantasia / Ficção científica

2 Comentários

  1. Estou com o filme engatilhado e pronto para assistir. A crítica foi muito bem escrita e espero que o filme faça jus ao que você disse!

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  2. Obrigada!
    Assista sim, vc pode até não gostar, mas não vai ficar indiferente a este filme.

    Obrigada pela visita!

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