Happy Feet 2

O que Hollywood precisa aprender é que algumas histórias não precisam de sequencia. Happy Feet é uma delas. O filme original de 2006, era uma história coerente com várias boas mensagens e completa. Enquanto  Happy Feet 2 parece ter apenas um objetivo, arrecadar, e se possível em 3D.

Mano (Elijah Wood), agora é pai. O pequeno Erik (Ava Acres), se sente inferior pois não é capas de dançar. Já mano que passou por problema similar (ser diferente), embora da maneira inversa, não sabe lidar com isso. Eis aí a primeira incoerência, ele devia compreender o rebento como ninguém.

Erik foge ao lado de amigos. Eles seguem o pinguim Ramon (Robin Williams), que resolveu voltar para casa por ser rejeitado pelas fêmeas, por ser mais baixo que os pinguins imperador. Detalhe ninguém tenta impedi-lo, ou mesmo fazem uma festa dedespedida. Mui amigos! Os conterrâneos de Ramon estão obcecados Sven (Azaria), seu mais novo líder espiritual apresentado pelo antigo Amoroso (Robin Williams, Sidney Magal impagável na versão nacional). A estranha ave tem a impressionante habilidade de voar.

Mano vai buscar os filhotes, mas quando retorna descobre que todos os pinguins imperadores estão presos por um iceberg que fechou a saída da região em que vivem.  Olha a mensagem ecológica aqui! O bloco de gelo ameaçador é resultado do derretimento das calotas polares causado pelo aquecimento do planeta devido aos buracos na camada de ozônio. Começa então a jornada para libertar a espécie, antes que todos morram de fome. 

Sentiu minha dificuldade em apresentar uma sinopse simples? Pois não é culpa minha. O longa demora a dizer a que veio, e decidir que história vai contar. Drama de pai e filho, resgate dos pinguins, a identidade de sven? Sem contar com a presença dos humanos, novamente introduzindo atores reais na animação de forma assustadoramente eficaz. Os "alienígenas", passam por dois pontos das trama, em nenhum deles sua presença surte grande efeito na narrativa.

Ainda temos a presença dos Krills, camarões microscópicos, dublados por Brad Pitt e Matt Damon na versão original. Uma tentativa existêncialista de alívio cômico, a dupla busca um sentido para existência, evolução e tudo mais. Claramente inspirados em Scrat, o esquilo de A Era do Gelo, seguem sua narrativa paralela, que eventualmente se encontra e interfere na principal. 

Apenas os pais de Mano (Hugh Jackman e Nicole Kidman), no original não contribuem para a superpopulação do longa. As personagens desapareceram, e não nem mesmo usadas por como referência para lidar com seu próprio filho. Mas, vai saber quanto tempo vive um pinguim gerado por CGI. Ou ainda, o quão eficiente é sua memória.

Ainda sobre mano, embora este já seja um pinguim adulto, metade do seu corpo ainda mantém a pelagem do bebê mano do filme original. Um artifício usado para manter a empatia com a personagem no primeiro filme, que aqui nos faz imaginar que o pobre pinguim tem algum problema genético que interrompeu seu crescimento. Este é o único grande problema estético do longa. O que não é uma surpresa uma vez que o filme conta com a tecnologia do filme anterior, mais 5 anos de evolução. E, é claro, o 3D que embora competente se mostra dispensável em grande parte do filme. À exceção são os super-detalhados, luminescentes e minúsculos krills, e seu mundo de escala microscópica, que ganham rara (e estranha já que camarões não são os animais mais fofos) beleza com uma dimensão a mais.

E por falar nos Krils, os executivos de cinema podiam aprender algo com eles, e se perguntar o sentido da existência de um longa. Já que nem mesmo a morte de Britany Murphy, voz original do par romântico de Mano, Glória (substituída neste longa pela cantora Pink), serviu de sinal para fazer-los pensar sobre a necessidade de contar essa história. Na minha opinião, não precisava.

Happy Feet 2
Austrália - 2011 - 100 min.
Animação / Infantil


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