Tron - O Legado

No ano de 1982, Tron - Uma Odisséia Eletrônica, foi o primeiro longa a usar computação gráfica em larga escala, para tornar real o mundo dentro dos computadores. E apesar de inovar a sétima arte atualmente é desconhecido do grande público.

Atualmente o uso de computação gráfica em longas, não apenas deixou de ser novidade, como chegou a um nível de realismo interminável para os espectadores de 1982. O cinema está passando por uma onda de "remakes" oitentistas, logo o cenário é mais perfeito para reinventar Tron.

Tron - O Legado, começa sete anos após aventura original, Kevin Flynn (Jeff Bridges) é o bilhonário dono da Encom e conta orgulhoso para seu filho suas aventuras em Tron. Horas depois o bilionário desaparece, sem seu comando a postura da empresa muda, e o jovem Sam Flynn (Garrett Hedlund) cresce rebelde ignorando suas reponsabilidades como maior acionista da empresa, e aprontado com a diretoria da Encom sempre que pode. Vinte anos após o desaparecimento, uma pista sobre o paradeiro de Flynn faz com que Sam volte ao antigo escritório de seu pai, e sem querer encontra o caminho para a "Grade", o mundo dentro dos computadores.

Muito neon (chamam de fluor hoje em dia, né!), curvas e fluidez, visualmente Tron é lindo! O visual é impecável independente da tecnologia em que se assista 2 ou 3D. Ainda bem pois o 3D escasso deixa a desejar. Logo no início da projeção um letreiro avisa, partes do filme são exibidas em 2D, mas deve se assistir com os incômodos óculos durante toda a projeção. Quando dizem partes, não são poucas! Mesmo no mundo dos computadores onde a tecnologia aumentaria o efeito de imersão, muitas cenas são exibidas da forma tradicional. Um conselho, poupe seu dinheiro e assita em uma sala comum mesmo.

A novidade tecnológica da vez é Clu. O vilão tem a aparência de Jeff Bridges do longa de 1982, e é criado totalmete por computação gráfica. No início a estranheza é inevitável, sabemos que aquele não pode ser o Jeff Bridges, muito menos uma pessoa real. Alguns minutos mais tarde esquecemos completamente a sensação. Diferente dos humanos criados por computação anteriormente Clu, não tem os "olhos" vazios de seus antecessores, logo é muito mais realista.


Se tem algo que empolga em Tron é a trilha sonora! Com musicas de Daft Punk criadas especialmente para o longa, o concerto eletrônico grandioso completa o visual, e até o supera em algumas cenas. Além de instigar a vontade de dançar em quem está do lado de "cá" da tela. Algumas cenas trazem participações especiais da dupla de música eletrônica.

O ponto fraco da produção é o enredo, que embora é simples, precisava ser melhor cuidado. Muitas perguntas ficam no ar, seqüencias não fazem sentido e o gancho para a continuação é óbvio. Embora não haja certeza de um  próximo filme.

Talvez seja efeito de assistir a terceira Crônica de Nárnia no mesmo dia, mas fiquei encontrando referências bíblicas durante toda a projeção. E Com tanta psicodelia visual, também é difícil evitar pensamentos duplos cada vez que um humano é mencionado como usuário, quando está dentro da rede.

A execeção de Garrett Hedlund, que parece só conhecer expressões faciais e poses de catálogos de moda, o resto do elenco se esforça bastante. Olívia Wide (a Treze, de House) dá vida a elegante Quorra, enquanto Michael Sheen encarna um muito estranho dono de boate.

Inconsistências no roteiro, não ligue para elas! E aproveite o que Tron - O Legado oferece de melhor: um visual incrível combinado com boa música.

Tron - O Legado (Tron Legacy)
EUA - 2010 - 125 min.
Ficção científica

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