O Bem Amado

É raro encontrar um brasileiro que nunca tenha ouvido o nome Odorico Paraguaçu. Protagonista da primeira novela em cores da TV brasileira, lançada em 1973 foi um sucesso de público. Até hoje é lembrada com carinho por aqueles que a assistiram e mencionada sempre que se fala de boas novelas nacionais. O Bem Amado chega aos cinemas pelas mãos de Guel Arraes, (re)apresentantdo a história da pacata cidade de Sucupira, e seu mais ilustre morador.

Aproveitando o estado vulnerável da população ocasionado pela longa caminhada até o município vizinho para enterrar seu prefeito, Odorico (Marco Nanini) lança sua plataforma de campanha. A maior promessa é construir o primeiro cemitério em Sucupira. A superfaturada obra até é realizada, o único problema é que ninguém morre na cidade para inaugura-la. Com a ajuda de seu assistentente Dirceu Borboleta (Matheus Nachtergaele) e das irmãs Cajazeiras (Zezé Polessa, Drica Moraes e Andrea Beltrão), o político não mede esforços para cumprir sua promessa de campanha.

Condensando meses de novela em cerca de duas horas, o filme diminui os núcleos e corre para contar as poucas tramas que restaram. O romance entre o fotógrafo do jornal (Caio Blat) e a filha do prefeito (Maria Flor), por exemplo, tem meia dúzias de cenas para se resolver. A trama principal é extremamente episódica, mostrando cada tentativa de inaugurar o cemitério e seus respectivos fracassos isoladamente.

As seqüencias são embaladas por muita música e mostram uma reconstrução de época minuciosa. O elenco ainda conta com José Wilker, como o temido Zeca Diabo, Tônico Pereira como o candidato da oposição e dono do jornal da cidade e Bruno Garcia, outro que só aparece de passagem.

Quem se lembra na novela e prentendia matar a saudade de seus personagens, vai ficar com a sensação de que foi pouco e passou rápido. É provável que o maior (e talvez o único) mérito de O Bem Amado nos cinemas seja apresentar a história de Sucupira de forma mais completa do que costumamos ver no Túnel do Tempo do Video Show. Acabando com a curiosidades de jovens que, como eu, cresceram ouvindo sobre a grandeza da novela, e a história de Odorico Paraguaçu.

O Bem Amado
Brasil - 2010 - 100min
Comédia

2 Comentários

  1. Acho difícil adaptar para o cinema personagens tão marcantes na memória do público. O risco é esse mesmo: transformar uma história rica em detalhes num resumão superficial. Tem certas coisas que não deveriam ser mexidas.

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  2. Ao menos deu para conhecer a história, já que mesmo que a novela reprisasse não teríamos tempo de assisitir.

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