Fahrenheit 451

Já que fui atacada pelo monstro da falta de inspiração blogueira (e não sou a única muitos colegas meus estão sofrendo deste mesmo mau, não é Gi? Nayra? Rafa?), resolvi publicar aqui mais um de meus antigos trabalhos. O depoimento de um lívro apresentado naem minha pós-graduação, e ja até mencionado neste blog anteriormente.

Ah! E por falar nisso, sugiro esta mesma opção para meus colegas blogueiros. Vamos lá, publiquem seus trabalhos acadêmicos. Nos esforçamos muitos para que sejam lidos apenas por um professor e meia dúzia de colegas.

Fahrenheit 451

A temperatura na qual o papel do livro pega fogo e queima...

Admito que não fiquei animada em escrever esse depoimento, porque ainda não encontrei um livro que tenha realmente marcado algum instante da minha vida. Talvez por ler aventuras demais, ou ter lido pouco mesmo, de qualquer forma fui procurar em minha prateleira um titulo que tenha me proporcionado “um algo mais”, me deparei com Fahrenheit 451 de Ray Bradbury.

Em uma sociedade totalitária onde os livros são considerados uma ameaça e os bombeiros existem apenas para queimá-los, o bombeiro Guy Montag, começa a mudar seu ponto de vista e questionar o sistema, depois de conversar com sua vizinha adolescente que reflete sobre o mundo a sua volta. A ficção de 1953 é celebrada pela forma como critica a repressão política e a superficilialidade da era da imagem, mas este não foi o motivo pelo qual o escolhi.

Durante sua jornada de descobrimento, Guy, perde pouco a pouco, os referenciais do mundo a que pertencia. Pessoas com que se relacionava, tinha coisas em comum, idéias antes compreendidas agora pareciam completamente estranhas para ele. Assim como ele mesmo parece estranho aos olhos dos outros. Ao mesmo tempo conhece novas pessoas que ampliam ainda mais seus horizontes, afastando-o cada vez mais do seu antigo mundo.

Este foi o motivo de minha escolha, a incompreensão e total falta de reconhecimento entre pessoas com perspectivas diferentes enfrentadas pelo personagem me fez perceber, como essa relação de perda e mudança está presente em meu cotidiano. Parece que à medida que o tempo passa perdemos pessoas pelo caminho, seja pela diferença de interesses, ou de oportunidade. As pessoas estão lá você convive com elas, mas não compartilham mais do mesmo universo, das mesmas idéias. Chegando a um ponto onde você não convive mais com as mesmas pessoas, não freqüenta os mesmos lugares.

Talvez esse fator tenha me chamado atenção por morar em uma cidade pequena onde o conhecimento das pessoas se limita ao que aparece na TV. Não temos cinemas, teatros, jornais locais bibliotecas, livraria apenas uma. A maioria das pessoas que tem acesso a outras fontes de informação e conhecimento mais cedo ou mais tarde abandona a cidade e as pessoas com quem antes conviviam.

Fahrenheit 451: a Temperatura na Qual o Papel do Livro Pega Fogo e Queima
Ray Bradbury
Editora Globo

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