O caso da Câmara Secreta

Hoje, eu pretendia escrever qualquer coisa sobre o fato de faltar exatamente um mês para o fim do mundo. E que essa é uma desculpa insuperável para fazer qualquer coisa que você não tinha coragem ou tempo. Entretanto outro evento chamou minha atenção para a data. Então, o fim do mundo vai ficar para depois, afinal ainda falta um mês não é mesmo?

Neste 22 de Novembro, completam 10 anos da estréia de Harry Potter e a Câmara Secreta. A data "altamente" comemorada no Facebook (o que não é grande coisa, já que comemoramos qualquer coisa por lá), me fez recordar de outra, das várias inusitadas experiências que presenciei em cinemas, geralmente sem relação com a projeção.

22 de Novembro de 2002, por volta das 15h
no(então) Top Cine Teresópolis

Não conseguimos ingressos para primeira sessão do filme, estava lotada segundo o bilheteiro.Qual não foi nossa surpresa ao ver apenas 6 pessoas passar por nós, já na fila, ao término da sessão. Mas não, essa não foi a situação inusitada. Também não foi a presença de uma pseudo-leitora que fazia questão de enumerar os capítulos a cada cena, mas chamava berrador de"gritador". Poser!

Eis, o caso da Câmara Secreta:

Ainda na fila, no  meio de dezenas de adolescentes histéricas. De repente, uma garota a minha frente se vira, olha em minha direção, com o dedo em riste, cara de poucos amigos e uma torrente de insultos que se escritos aqui seriam representados por caracteres como estes: #&$#**

Diante da minha cara de interrogação, ainda gritando a garota respondeu: "NÃO É COM VOCÊ, É COM ELA!". Apontando para alguém em um outro grupo de logo atrás de nós (mencionei que minha usual "movie colegue" também estava nessa sessão?).  Nos 15 minutos de espera (chegamos na fila cedo) que se seguiram o fogo cruzado continuou, nos fazendo descobrir como uma rede de vôlei se sente.


Mas não parou por aí. O primeiro grupo de adolescentes se instalou bem na "cozinha", ocupando praticamente toda a penúltima fileira da sala. Nós ocupamos nossos tradicionais assentos no centro da sala, assim como várias outras pessoas na fila, deixando poucas cadeiras solitárias nas fileiras mais altas. 

Quando o segundo grupo finalmente foi buscar seus assentos fez a estranha escolha de ocupar as últimas três cadeiras juntas da última fileira. Estranha porque elas estavam em um grupo de seis pessoas. O que significa que assistiram às mais de duas horas de projeção sentadas no colo uma das outras.

As teorias para tal comportamento que criamos no dia foram muitas. A opção  de driblar a ausência de assentos para crianças foi descartada pois elas tinha altura suficiente para enxergar a tela. As outras eram:  Elas realmente adoram sentar na última fileira. Ou acreditavam que por terem pago meia entrada, poderiam usar apenas meio assento. A hipótese vencedora é de que não queriam arriscar sentar à frente das rivais, e ser atingidas por uma oportuna chuva de pipocas e outras guloseimas.

Infelizmente não conseguimos descobrir o motivo da briga. É provável nem elas mesmas se lembrem. Mas duvido que tenham, esquecido desta sessão. Ao menos para nós foi marcante!

Leia mais casos da série Só na sala escura

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