Lanterna Verde

Para aqueles que, como eu,conhece o Lanterna Verde apenas como colega do Super-Homem e Batman nos desenhos animados dos Superamigos, que o SBT exibia (e nem esses eu acompanhava direito), eis um dado importantíssimo sobre o herói esmeralda que embora conhecido pode passar despercebido pelos não iniciados: ele não é único!

Existem mais 3.600 justiceiros com poderes similares ao dele pelo universo a fora. E todos seguem as mesmas normas de conduta, afinal, formam uma irmandade. Esse dado, que por vezes esquecemos quando vemos o Lanterna humano atuar na Liga da Justiça, é o que faz toda a diferença, para o bem e para o mal, no longa do Herói.

Hal Jordan (Ryan Reynolds) é um piloto de testes, mulherengo e irresponsável. Que certo dia é abduzido por uma bolha verde que o leva até um alienígena a beira da morte. Este o informa de que ele é o escolhido para ser o portador do anel, uma grande honra e responsabilidade. Sem fazer ideia de onde está se metendo, Jordam se torna o primeiro Lanterna Verde Humano, em meio a batalha contra o temido e poderoso Paralax.

Duelos interestelares, centenas de heróis e vilões de todas as espécies alienígenas possíveis e imagináveis, abrem um leque infinito de possibilidades para as aventuras. Contudo toda essa liberdade criativa pode ser prejudicial, o rumo da narrativa.

Em Oa planeta/base dos lanterna é onde esse potencial é percebido, mas pouco explorado. O breve treinamento de Hal, como lanterna nos dá vislumbres da riqueza de possibilidades. Podemos conhecer a variedade de Lanternas Verdes, e um pouco da mitologia daquele universo. É lá também o trecho onde a tecnologia 3D (convertido) faz alguma, ainda que nada deslumbrante, diferença. Aparentemente, assim como aconteceu com Asgard, de Thor, outro planetas criados em computação gráfica, são mais interessantes do que nosso planetinha azul, quando convertido.

É na terra que as coisas se complicam. Os dilemas de Jordan, o fantasma da morte precoce do pai, a recusa em aceitar responsabilidades, e admitir seus sentimentos pela ex-namorada/amiga de infância, são mal resolvidos, para dar espaço a batalha, que é dividida entre dois vilões. Paralax, completamente criado por computação gráfica, não consegue ser tão ameaçador quanto devia. Isto é, para nós do outro lado da tela. As personagem parecem aterrorizadas.

Hector Hammond, o outro vilão, é mais expressivo. Afinal, é criado por um ator e não CGI, Peter Sarsgaard claramente se divertindo em ser mal. O que encaixa perfeitamente com seu rejeitado cientista finalmente encontrando poder. Pena que tenha restado pouco tempo para ele.

Enquanto Jordan abraça sua missão de repente, e Carol Ferris (Blake Lively), o interesse romântico, oscila entre criticar, e apoiar incondicionalmente o herói. Alguns personagens são descartados, sem grandes desculpas. Como a família de Jordan e os cientistas que "contrataram" Hammond. E Sinestro (Mark Strong, creditando e elegância, surpreendentes para um ser vermelho vestido um colante verde feito de luz), ensaia uma interessante ambiguidade moral para uma possível sequência.

Já os tais poderes não decepcionam, uma vez que seus limites são os mesmos que a imaginação (e a luz verde) são capazes de alcançar. Gerando formas criativas de enfrentar inimigos e salvar vidas. Após tanta super-força, e um enorme estoque de brinquedinhos tecnológicos, enfim uma novidade na forma de combater o mal.

Apesar de um pouco perdido nas vastas opções que universo esmeralda da DC Comics, oferece. Lanterna Verde funciona em sua função principal. Apresentar o herói ao público, até para aqueles que nem o desenho conseguiram assistir. É mais um filme de origem de herói (se não perdi as contas o 5º do ano). Resta saber se funcionou bem o suficiente para haver uma sequencia. E se for o caso, torcer para que aprendam com os erros.


P.S.: Assistam os créditos.

Lanterna Verde (Green Lantern)
EUA - 2011 - 114 min. 
Ação / Ficção científica

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